1.8.10

Doidas e Santas

Toda mulher é doida. Impossível não ser.
A gente nasce com um dispositivo
interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a
pena ser vivida, e dá-lhe usar o nosso poder de sedução para encontrar the big one, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos
sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá prá
ocupar uma vida, não é mesmo?

Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar loura e cafetina, ou sei lá, diga aí uma fantasia
secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.

Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me
diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada,
dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante.
Pois então. Também é louca. E fascina a todos.

Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.

Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está
chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que
só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje
mais nada? Você vai concordar comigo: só se for louca de pedra.

Martha Medeiros

Descobri esse texto perfeito no perfil da minha prima Letícia. E era incrivelmente o que eu estava precisando pra refletir um pouco (depois explico em outro post). Bom domingo!

Um comentário:

  1. Adorei seu blog. Textos icríveis e comentários melhores ainda. Incrível como seu texto tem bom humor, coerência e leveza!!! Muito bom!!! Tô orgulhosa de vc!

    Bjs

    ResponderExcluir

Amiiiiiiigo, hein?! Pega leve aí... rs

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